domingo, 21 de novembro de 2010

Acessibilidade no CEFET/RJ

 


Todas as imagens mostram as dependências CEFET/RJ – Unidade Maracanã, uma Instituição Federais de ensino. Através das fotos nota-se que governo federal investe na infra-estrutura para deficientes físicos nessa unidade, com rampas e banheiros amplos, apropriados para pessoas com tal deficiência.
Apesar de existir uma preocupação com a acessibilidade nesta instituição, esta se apresenta de maneira debilitada, já que não há investimentos suficientes com outros tipos de deficiência, como a cegueira e a surdez. Além disso, os elevadores do Centro Federal de Educação Tecnológica apresentam problemas freqüentes, tornando-o muitas vezes inutilizável.
É importante ressaltar que, por mais que não haja investimentos com acessibilidade para todos os tipos de deficiência no CEFET/RJ, o governo federal é o responsável pelo funcionamento deste Centro de ensino e é dever deste fornecer infra-estrutura para que todos os cidadãos tenham acesso aos direitos concedidos pela Constituição, entretanto nosso papel é informar o Estado sobre qualquer problema para que o mesmo tenha a possibilidade de ser solucionado.

O Descaso Constante

A Revolução chamada DOSVOX


Quando se fala em DOSVOX, o programa que oferece aos deficientes visuais uma maior praticidade na utilização do computador, logo se pensa em alguma tecnologia de norte-americana ou européia sendo que na verdade o sistema de computadores na linha PC para atender aos deficientes visuais foi desenvolvido através de um projeto do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
 O programa funciona através da síntese de voz em português, isto é, o programa lê os textos para o usuário, sendo a síntese dos textos pode ser configurada em outros idiomas. Além de editar, ler e formatar textos e formatar em Braille.
As escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro utilizam o programa para a alfabetização de crianças com deficiência visual alcançando grande êxito  Entretanto suas aplicações não se resumem apenas no âmbito escolar, o programa é utilizado como, caderno de telefones, agenda, calculadora, preenchimento de cheques, além da diversão com jogos.Para os deficientes com perda de visão reduzida o programa serve como ampliador de tela.
A comunicação entre o computador e o usuário é realizada de maneira simples comparada a outros sistemas evitando assim o estresse para o deficiente, além disso, o programa atende as necessidades de cada usuário, estabelecendo uma conversa amigável, através de programas específicos e interfaces adaptativas facilitando o acesso dos deficientes visuais.
  
Histórico
O programa vem sendo desenvolvido desde 1993, quando na UFRJ existia apenas 7 alunos cegos , entre eles estava Marcelo Pimentel que no 2º período do Curso de Informática tinha que se inscrever na disciplina

sábado, 20 de novembro de 2010


Nosso grupo teve a oportunidade de visitar o Instituto Benjamin Constant (IBC) a fim de conhecer um pouco mais sobre o cotidiano das pessoas deficientes visuais e esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto. Conversamos com a atual Assessora de Direção Geral, senhora Eucy, e ela cedeu um pouco de seu tempo para responder as perguntas abaixo.
Cefet: Como nasceu a idéia da fundação do Instituto?
Eucy: O Instituto foi fundado em 1854. Foi a primeira instituição a se preocupar com a deficiência visual na América Latina. Tudo começou com um brasileiro cego, José Álvares de Azevedo, que foi mandado por sua família à França para estudar em uma escola especializada, assim como o instituto. Assim que José concluiu o curso ele retorna ao Rio de Janeiro, que na época era cede do império, e começa a ensinar varias pessoas tudo aquilo que ele aprendeu. Até que ele começa a ensinar o sistema Braille para uma menina cega, filha do médico de D. Pedro II. O médico, quando viu que era possível um cego estudar e aprender como outra pessoa qualquer, ficou maravilhado e levou essa idéia para o Imperador. D. Pedro II, então, quis conhecer o jovem José e acabou por comprar essa idéia e fundar o Instituto. Assim o instituto foi fundado em 17 de setembro de 1854, porém José Álvares não sobreviveu para ver a obra pronta. Ele primeiramente nasceu no bairro da Saúde, mas o espaço se tornou pequeno, então ele migrou para o Campo de Santana, contudo a casa foi ficando velha e foram construir aqui na Urca, onde estamos até hoje.
Cefet: Como o Instituto Benjamin Constant atua na educação de crianças cegas?
Eucy: Nós atendemos desde bebês, na educação infantil, até adultos. Para crianças, nos possuímos uma escola comum que vai desde a alfabetização até o 9º ano, ou melhor, não temos o ensino médio. Há crianças que chegam aqui muito tarde por vários motivos, dentre ele podemos citar o desconhecimento do instituto por parte dos pais, a idéia de que uma criança cega não poderia freqüentar uma escola e a residência numa cidade do interior o que dificultava o acesso a escola. Por esses e outros motivos nós aceitamos qualquer idade na classe de alfabetização.
Cefet: Como funciona o sistema de internato?
Eucy:  No início, como não havia outra instituição para cegos no Brasil, jovens de todo o país vinham para cá e ficavam internos, só indo para casa nas férias. Esse sistema mudou a alguns anos. Ainda recebemos crianças de todos os estados, porém eles têm que ter uma família responsável aqui no Rio. Tudo porque o sistema de internato é de segunda de manha até sexta na hora do almoço, sem funcionamento nos finais de semana. O internato atende, primordialmente, pessoas que moram em lugares muito distantes, como na baixada ou São Gonçalo, e não têm como voltar para casa todos os dias. Os bebês da educação infantil não têm direito ao alojamento.
Cefet: O instituto oferece cursos de capacitação para as pessoas poderem aprender a lidar com a deficiência do próximo?
Eucy:  Sim, disponibilizamos um curso de qualificação profissional de 600 horas, de agosto a dezembro em horário integral, para adultos que queiram aprender. Os alunos desses cursos também podem usufruir do alojamento, já que a sua maioria vem de outros estados. Esses alunos, ao voltarem para sua terra natal, se tornam instrumento multiplicador do conhecimento adquirido, ensinando outros a trabalharem da forma que aprenderam aqui no Instituto. Ano que vem, provavelmente, esse curso deverá se transformar em pós-graduação.
Cefet: Quais os cursos oferecidos aqui capacitam jovens para o mercado de trabalho?
Eucy:  Nós oferecemos cursos ligados a área de saúde, no CTA (Centro de Terapias Alternativas), porém a pessoa precisa do ensino fundamental completo para se matricular. A maioria é de cursos ligados a massoterapia.
Cefet:  Em todos esses anos de trabalho, qual a principal mudança em sua vida?
Eucy:  A mudança não ocorreu aqui, na verdade ocorreram mudanças e por essa razão eu vim para trabalhar aqui. Eu era fonoaudióloga na secretaria municipal de saúde, trabalhava no Instituto Oscar Clark. Lá eu descobri o trabalho de reabilitação com o deficiente visual e me apaixonei por ele, porém eu não tinha experiência nenhuma, nunca tinha sequer ajudado um cego a atravessar a rua por falta de oportunidade. Então fui buscar um curso sobre o assunto e vim parar aqui. Fiz um curso aqui, que na época era de 450 horas. Quando conclui comecei a trabalhar com deficiente visual lá no Oscar Clark na reabilitação. Assim que abriram um concurso aqui eu fiz e passei, e como eu havia adquirido experiência no trabalho com adultos eu só trabalhei com os mesmos ate hoje.

Cefet: Existe, no Brasil, uma preocupação em criar mecanismos facilitadores para pessoas deficientes?
Eucy:  Existem leis municipais, estaduais, federais sobre acessibilidade. Um exemplo é a lei que diz que as novas construções devem ter mecanismos facilitadores para os deficientes, nas antigas existe um prazo para que elas façam suas obras. O que falta no Brasil é cobrança para a execução das leis, não a lei em si. Fora que todas as escolas deveriam ter pessoas que dominassem o atendimento educacional ao deficiente visual, ao mental e ao auditivo, porque querendo ou não são técnicas diferentes que devem ser utilizadas para essas deficiências.
Cefet:  As obras existentes atendem os deficientes de todas as classes sociais?
Eucy:   Aqui no Instituto sim, nós não vemos classes sociais já que os serviços são todos gratuitos. Sendo assim, todo o mundo tem direito a todos os recursos disponíveis aqui.
Cefet: Há concursos específicos para facilitar a inserção do deficiente na sociedade?
Eucy:  Todo o concurso tem cotas para os deficientes, mas não especificam a deficiência do candidato. Portanto as vagas são para todos os tipos de deficiência. No caso da visual eles podem escolher se preferem fazer a prova em Braille, ampliada ou com ledor. O candidato que diz quanto tempo de ele precisará a mais para fazer a prova, podendo se estender a, no máximo, uma hora.
Cefet:  Quantos deficientes, em média, terminam o 2º grau e o ensino superior?
Eucy:  Reconhecemos que não são todos, mas não existe um percentual preciso de quantos terminam ou não. Acredito que cerca de 80% dos deficientes concluem o ensino médio, porém, em se tratando de universidade, o número reduz drasticamente.
Cefet: Em sua opinião, a sociedade está psicologicamente preparada para lidar com a deficiência do próximo?
Eucy:  O problema da sociedade não é lidar com a deficiência em si, ela não esta preparada para lidar com as minorias. Se eu perguntasse para vocês o que vocês pensam do índio vocês provavelmente iriam responder que não fazem a mínima idéia, pois não têm contato. Talvez, o único contato se dá através de filmes, documentários, etc. Nós temos a tendência de não procurar entender as minorias, simplesmente pelo fato delas não fazerem parte do nosso cotidiano.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um olhar para o futuro

           A ADEFU, Associação dos deficientes físicos de Uberaba, vem realizando grandes trabalhos na tentativa de incluir cada vez mais essas pessoas no mercado de trabalho. A associação fez grandes parcerias com entidades públicas e privadas para garantir que esses deficientes possam usufruir de oficinas de trabalho, fisioterapia, atendimento psicológico, médicos, professores e outras coisas a mais.
           Com tantas conquistas, a associação quer mais. O alvo agora é conseguir incluir esses deficientes físicos no mercado de trabalho, porém, para isto, terão de “quebrar” uma grande barreira que se chama preconceito e que, como todos sabem, ainda é predominante na sociedade atual.
            O mercado de trabalho já está difícil, e para os deficientes se torna ainda mais. Segundo a diretora administrativa da ADEFU , Janaína Pessato Jerônimo, aponta dois grandes fatores como sendo responsáveis por esta falta de espaço no mercado para os deficientes físicos: o preconceito e a falta de qualificação, porém ainda acredita em uma reviravolta.
            A Associação tem vários projetos para incluir os deficientes físicos no mercado de trabalho mas, para isso , contam com o apoio de empresários, para abrir espaço em suas empresas, para que esses portadores de deficiências físicas possam adquirir experiência e mostrar do que realmente são capazes. A associação é um exemplo de solidariedade e respeito.
             A prática do esporte é também um ponto bastante trabalhado na entidade. Muitos  associados praticam basquete, natação, arremesso de peso, tênis de mesa e halterofilismo. Gilmar Ribeiro é um destes praticantes. Ele fala de como o esporte foi importante em sua vida depois que descobriu que estava paraplégico, encontrou no esporte uma motivação a continuar a viver e a Ter esperanças de que um dia poderá voltar a andar.
             São pessoas como esta que a associação se compromete em ajudar e é preciso que mais pessoas se conscientizem de que os deficientes físicos são tão capazes como qualquer outra pessoa, basta dar a eles uma chance, a chance de se fazerem notar. É por isso que a ADEFU em parceria com outras empresas tem criado projetos e meios de fazer com que esses deficientes sejam percebidos e “absorvidos” pelo mercado de trabalho. Uma luta assim não pode parar !

Ônibus acessíveis no Metrô

Hoje completa um mês que o Metrô Rio pos em operação mais dois ônibus adaptados para deficientes, nas linhas de superfície. Entretanto, a melhora no acesso aos ônibus é insuficiente, devido à grande demanda de usuários, gerando reclamações freqüentes.